A madeira com a qual é construído um instrumento é responsável por grande parte das características sonoras deste instrumento, tais como o timbre e o "sustain". É responsável também (é claro) pelas características estéticas do instrumento.
Alguns fabricantes levam mais em consideração as características estéticas das madeiras utilizadas, ou até mesmo as características econômicas (o preço e a disponibilidade local), mas esse não é o caso de fabricantes responsáveis e comprometidos com a qualidade de seus produtos.
A título de curiosidade, Leo Fender parece ter tomado as características estéticas e econômicas como parâmetro na fabricação de seus instrumentos nos primórdios de sua fábrica. Por sorte, suas escolhas acabaram por se tornar padrões para uma sonoridade específica que acabou por estabelecer os parâmetros de quase tudo o que veio depois.
Atualmente, as grandes empresas fabricantes de guitarras levam a escolha de madeiras muito a sério, tendo setores inteiros destinados ao desenvolvimento de estudos sobre diversos tipos de madeiras e de suas combinações a fim de conseguir determinados resultados sonoros. Fabricantes como a PRS chegam mesmo a ter inúmeros modelos de guitarras que só se diferenciam pela combinação de madeiras utilizadas, que conseqüentemente produzem sonoridades distintas, que agradam a músicos distintos.
De forma bastante introdutória, veremos as principais características das madeiras mais utilizadas na fabricação de guitarras elétricas:
- Mogno (Mahogany): Madeira macia, pesada, com o som "morno", repleto de freqüências baixas e médias. Usada nas Gibson e PRS dentre outras. Utilizada por Albert King, Fredie King, B.B. King, Gary Moore, entre outros.
- Almieiro (Alder): Madeira dura, densa, de som cheio e encorpado, freqüências bem equilibradas. É a madeira clássica das fender strato. Utilizada por Steve Ray Vaughan, Eric Clapton, Robert Cray, Muddy Watters, entre outros.
- Freixo (Ash): Madeira dura, densa, pesada, porosa, de som estridente. É muito rica em agudos. Foi usada nas primeiras stratos e nas teles. Atualmente é usado nos modelos mais caros da Fender. Utilizada por Albert Collins e Buddy Guy, entre outros.
- Bordo (Maple): Madeira muito densa e dura. Ideal para suportar a tensão das cordas. Por isso é muito utilizada como braço para os instrumentos. É também utilizada como "Cobertura" no corpo dos instrumentos mais caros de mogno (como nas Gibson Standart e Custom, bem como nas PRS), pois além de ser bonita, acrescenta frequências mais altas à sonoridade obscura do mogno. É muito pesada para servir de corpo, mas existem guitarras com corpo de maple. Utilizada como braço ou "Top" nas guitarras de praticamente todos os que tocam blues.
- Ébano (Ebony): É muito densa, escura, linda, muito brilho, e caríssima, quase extinta no mundo. É usada como escala das guitarras mais luxuosas. Não é comum ser utilizada por músicos de blues. É uma madeira mais utilizada em instrumentos luxuosos.
- Jacarandá (Rosewood): madeira escura, densa, de cor marrom, do avermelhado ao quase preto. Sonoridade rica, grave cheio, boa "mordida" em altas frequências e médios aveludados. Madeira muito porosa, usada na escala de instrumentos. Muito cara e rara. Utilizada nos braços das guitarras de músicos como Steve Ray Vaughan e Robert Cray, entre outros
Fonte: Revista Blues'n'Jazz
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